Atualmente, ao tratarmos do tema de irrigação para paisagismo, ou popularmente “Irrigação para Jardins, deparamos com os seguintes pontos: falta de critérios e normas para avaliação de projetos, falta de parâmetros básicos, pouquíssimos profissionais e empresas realmente capacitadas tecnicamente para elaboração e instalação destes sistemas. E, o mais importante a nível de mercado, falta de cultura.

Este ramo de irrigação é, hoje, o segundo mais desenvolvido tecnicamente, só perdendo para sistemas de irrigação de campos de Golfe.

A preocupação com o meio ambiente e a utilização otimizada da água torna os sistemas de irrigação automatizados para paisagismo de extrema importância para o uso racional da água e melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas.

A irrigação para áreas paisagísticas e gramados esportivos já faz parte da cultura européia e americana há mais de quarenta anos. No Brasil, os primeiros trabalhos se iniciaram a apenas onze anos e, infelizmente, esse tema sequer é abordado em Cursos da área de Agronomia, Engenharia Agrícola, Engenharia Civil, Paisagismo e Arquitetura.
No Brasil, apesar de existir a quinze anos, somente há cinco anos um trabalho de divulgação e criação de cultura via palestras, seminários e cursos foram iniciados em Universidades, Prefeituras, Escolas de Paisagismo e CREA’s com o intuito de levar o conhecimento dos equipamentos, técnicas (diga-se de passagem, totalmente diferentes de projetos agrícolas) de projeto e critérios de avaliação.
A água é o elemento indispensável para a vida das plantas; uma boa safra ou a manutenção da beleza ornamental de qualquer projeto de paisagismo só é possível através de um perfeito sistema de irrigação.
A Irrigação Automatizada é, basicamente, um sistema onde culturas, jardins e gramados são irrigados em dias e horários pré-programados, com a duração de tempo determinado para atender as necessidades específicas de cada área e do tipo de vegetação. Após implantado, cessa a preocupação com a rega pois tal serviço é executado automaticamente.

Para a elaboração do projeto são analisados os seguintes aspectos:

  • Tamanho e forma da área
  • Paisagismo a ser implantado
  • Horas de radiação direta de cada área
  • Declividade do terreno
  • Necessidades hídricas das plantas
  • Profundidade efetiva do sistema radicular
  • Ação de ventos predominantes
  • Tipo de solo
  • Sombreamento

Feita tais análises passa-se a escolha dos equipamento necessários à implantação do sistema de irrigação. Os equipamentos que compõem tal sistema são:

  • Redes hidráulica, secundária e principal
  • Emissores de água (sprays, rotores, gotejadores, micro sprays, borbulhadores)
  • Rede elétrica
  • Válvulas solenóides (Registros)
  • Controladores (“Timers” eletrônicos)

As redes hidráulicas a serem utilizadas geralmente são de PVC ou polietileno nas bitolas dimensionadas em função da vazão do sistema e da extensão da área a ser irrigada.
Os emissores são os elementos responsáveis pela emissão de água. Cada modelo possui características específicas. Os aspersores podem ser sprays, de impacto, rotores entre outros. Os raios de alcance podem variar de 0,50 m a 46 m. Podem ser ainda do tipo escamoteáveis, que são instalados submersos no solo e emergem somente na hora de realizar a irrigação.

 

As principais vantagens do uso dos aspersores escamoteáveis são:

  • Não ferem a estética do paisagismo
  • Permite trânsito livre sobre os gramados de pedestres e veículos
  • Permitem a poda manual ou mecanizada com absoluta segurança

Os aspersores devem ser distribuídos de forma a proporcionar uma superposição adequada do jato d’água para garantir uma uniformidade de aplicação da lâmina de água sobre o terreno.

 O aspersores são divididos em dois grupos:

Sprays – São aspersores que podem ser do tipo escamoteáveis ou aparentes. Possuem o jato de água fixo em onze opções de ângulos pré-determinados e de trajetórias variadas, somando um número de 72 opções de bocais. No caso de serem escamoteáveis eles podem possuir diferentes alturas de elevação do pop-up (3″, 4″, 6″ e 12″). Possuem raio de alcance mínimo de 0,60 m e máximo de 4,5 m. Podem vir com opcionais para adequação em situações particulares como válvula anti-drenagem e regulador de pressão interno. São geralmente utilizados em áreas de menores dimensões, recortadas e com paisagismo mais denso.

Rotores : São aspersores que também podem ser do tipo escamoteáveis ou aparentes. Como o próprio nome diz, são giratórios. Possuem um único jato de água e giram por meio de turbina de engrenagens, turbina de esferas ou por impacto de um braço oscilante. O raio de alcance dentro da família de rotores varia 6,5 m até 24 m. São mais indicados para áreas maiores, com paisagismo de baixo porte e menor densidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

Face aos aspectos de raios de alcance e ângulos de atuação os aspersores garantem que a irrigação seja realizada nos locais necessários, evitando molhar paredes, muros e acessos pavimentados gerando, consequentemente, uma grande economia de água.

Uma outra linha de produtos que está cada vez mais em uso é o da irrigação localizada de baixo volume, que é realizada através de microaspersores, gotejadores e borbulhadores. Este método de irrigação é adequado para áreas não gramadas. A água é aplicada de forma precisa e diretamente na zona radicular de árvores, arbustos, flores e vasos. Este segmento está em grande crescimento em jardins de edifícios além de ser uma grande alternativa para economia de energia. A automação é executada através de controladores e válvulas solenóides.

O controlador eletrônico é o cérebro do sistema de irrigação automatizado. Com ele é possível programar o horário, ligando e desligando o sistema em tempos projetados para cada área a ser irrigada (setor).

Hoje, no mercado, existem diversas opções de controladores para atender demandas específicas.

O nível de automação está tão evoluído que hoje temos controles remotos para controladores e, para projetos de maior porte, temos o monitoramento de vários sistemas através de um computador central integrado a uma estação meteorológica.

 

 

 

 

 

 

 

Os setores são comandados por válvulas solenóides, que são componentes que respondem a programação do quadro controlador. Dado o horário programado, elas se abrem e permitem que a água se direcione aos aspersores comandados por ela. Após decorrido o tempo programado ela se fecha.

Existem em vários modelos e tamanhos que são dimensionadas de acordo com as características do projeto em questão.

 

Acoplado ao sistema existe um sensor de chuvas que interrompe automaticamente o funcionamento do sistema, e só permite que o sistema retorne a funcionar quando o solo estiver novamente necessitando de água.

Além das vantagens e benefícios descritos com a implantação de um perfeito sistema de irrigação automatizada é importante ressaltar ainda os aspectos econômicos, entre eles:

  • Redução de mão de obra
  • A eliminação de aquisição de mangueiras e acessórios
  • Sensível redução do consumo devido ao uso eficiente e racional da água
  • Maior produção
  • Plantas mais saudáveis e bonitas
  • Valorização da propriedade.

É muito importante lembrar que a plena obtenção dos resultados descritos só é possível através de um projeto bem elaborado. Procure executá-lo através de Empresas com profissionais especializados em irrigação.

Por: José Giacoia Neto – Gerente Paisagismo e Golfe – (Rain Bird Brasil Ltda.)